quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Heidegger e Metafísica

Heidegger trabalha com a idéia de que a metafísica é uma forma de pensamento dual - como se inicia em Platão. Nos Tempos Modernos, a metafísica essa dualidade, é claro, e passa também a ser uma filosofia do sujeito. Essas duas formas desembocam em um trabalho de discussão epistemológica, onde impera a relação sujeito-objeto: o sujeito deve representar o objeto. Ora, essa forma implica em dominação: só há objeto a ser apreendido se há sujeito, e só ha sujeito, substractum, se há objeto. Essa forma epistemológica, que é a "metafísica da subjetividade" ou metafísica moderna, termina por se acoplar ao Humanismo. Então, o sujeito é o homem, e o mundo é o objeto. O modelo da dominação está instaurado.
O homem é aquele que dispõe do mundo, manipula (mentalmente e manualmente, mesmo), o objeto é o disposto, o manipulado. O resultado todo é que há o império da organização e da tecnologia - como derivados ou co-partícipes de uma forma de metafísica que leva à dominação. Ciência e tecnologia, nos tempos modernos, são frutos dessa forma de pensamento, caracteristicamente metafísico. Em termos sociais, isso equivaleria ao império da América, de um lado, da Rússia, do outro. Viu a cadeia de raciocínio de Heidegger? Viu como isso é, em parte, o que leva Heidegger a odiar a tecnologia e a organização, dando então instrumento - nunca citado - para a Adorno fazer o mesmo?

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